André Souza
Eu já tinha conhecimento da PISA, mas nunca tinha dado certo de fazer nenhuma viagem antes. Assim, foi com certa expectativa que decidi pegar aquele pacote de feriado prolongado para a Serra da Canastra.
No dia 10 de junho o céu estava como de costume em São Paulo: fechado e chuva leve.... fui dos primeiros a chegar ao metrô Vergueiro... travamos contato com várias pessoas do meu e de outros grupos também... com um pouco de atraso, apareceu nossa van e conhecemos nosso guia, Guilherme: um misto de juventude vibrante e ampla experiência em guiar... olhar franco, do tipo que transmite confiança o tempo todo... E contra todas as expectativas, prometendo transformar chuva em “uva”....
A viagem de ida foi como se esperaria, conosco tendo que sair da região central e enfrentando todo o caos da cidade grande... chegada já de manhãzinha a São Roque de Minas, para tentar algum cochilo antes do primeiro passeio...
Depois o primeiro de vários cafés da manhã gozando da tradicional hospitalidade mineira, conhecemos melhor o hotel de Da. Renilda, simpático e acolhedor.... depois, nosso roteiro leve, mas não moleza.... rumo às cachoeiras do Capão Forro, com saída à pé da cidade... daí, para o vale do Rio do Peixe e algumas “pedrinhas” pelo caminho.... mas tudo isso valeu pelas duas belas cachoeiras.... o céu estava nublado, mas para esse bando de paulistas (nativos e adotivos), com fome de natureza, um banho em suas águas “friazinhas” foi mais que benvindo.... a “cereja do bolo” foi nosso encontro com o Tamanduá bandeira, pena que ele não aceitou nosso convite para um chá, rsrsrs... depois... janta no “Zagaia” e dormir mais ou menos cedo... com uma breve passagem pela “night” de S. Roque.... afinal, era época de S. João!
O segundo dia também amanheceu nublado, mas isso foi mais para nossa sorte, pois esse deveria ser nosso passeio mais puxado.... saída de “van” (bem, na realidade foi mais é na Jabirusca, nossa simpática Rural Willys ’66) para o Parque nacional, com travessia da serra para ver a nascente do “Velho Chico” e a maravilhosa cachoeira “Casca D’Anta”, a segunda mais alta de Minas, por cima e por baixo.... trilha mais longa e um pouco difícil, com alguns arranhões, mas muito compensadora por um gostoso banho nas águas do S. Francisco.... volta já à noite, parando para ajudar alguns ciclistas retardatários..... depois, curtir um pouco mais a “night”... embora o povo não tenha se animado a ver o show do “DeeJay”, rsrsrs....
Para nosso espanto, o terceiro dia veio com “aquele” sol invernal, quando mais precisávamos... traslado em van para o passeio que considero o meu favorito, a cachoeira do Antonio Ricardo, ou, como o Guilherme gosta de dizer, para a “Terra do Nunca”.... uma maravilha, ou, como a Andréa, disse bem, “que bênção!” Só vendo para acreditar. Tivemos alguns trechos difíceis, mas que eram sempre vencidos com a ajuda de nossos guias... sim, é de um deles eu vou falar agora,... Elossandro.... vulgo “personal segurator tabajara”.... olhar e jeito tranqüilos de mineiro, sempre pronto a ajudar como ombro amigo e também como pé de apoio adicional, rsrsrs.... na volta da trilha, ao pé da serra, tivemos a felicidade de poder contar com a maravilhosa hospitalidade na casa de seu Dorico, Da. Maria e seu filho Odair... enquanto esperávamos pela oportunidade de ouro de parar para observar o céu da Canastra explodindo em uma miríade de estrelas.... Sem falar na palestra que tivemos acerca de um dos trabalhos mais importantes de conservação da vida selvagem na região: o “Projeto Pato Mergulhão”, da ONG “Terra Brasilis.”
O tempo passou voando, e já estávamos no domingo; ia ser um dia “light”, com visita a uma RPPN (reserva particular de proteção da natureza) para banho na Cachoeira do Cerradão... Uma trilha simpática e bem cuidada nos conduziu à bela queda, com diversas paradas para observar o bem feito trabalho de catalogação da flora local...
Feitas as malas (com alguma tristeza), pegamos estrada para a volta, mas ainda havia uma boa surpresa: para os mais “carnívoros”, tinha sido agendada uma parada em uma pousada num município vizinho, para o último almoço “tradicional mineiro”; o cardápio: Porco na Lata!! Sobre o porco não sei (sou vegê...), mas os acompanhamentos, como as saladas e a mandioca estavam divinos!! E foi assim que seguimos viagem de retorno a esta Sampa....
Agora de volta, gostaria antes de tudo de agradecer à PISA pela iniciativa de organizar tão belos passeios e também aos meus queridos companheiros de viagem: Yves, Andréa, Érika, Cida, e Chris... gente, vocês são 10!!! A nossos guias, Guilherme e Elossandro, pela dedicação total que tiveram ao grupo e pelo alto grau de profissionalismo... Guilherme, você estava certo quando disse que a PISA era uma família; foi assim que me senti o tempo todo; estou certo que cada um dos membros do grupo também sentiu o mesmo...
E, por último, gostaria de relembrar as palavras de um dos mais simpáticos nativos da Canastra, “Seu” Chico Chaves, dizendo que todo aquele que vai lá e bebe daquelas águas acaba voltando, mais cedo ou mais tarde... no nosso caso, espero que isso seja mais cedo... Então, gratíssimo e até a próxima!!
André Souza
São Paulo - SP